quarta-feira, março 29, 2006

nectar!

Um homem caído em desgraça vendeu a sua coleccção de arte mas manteve a sua garrafeira. Quando lhe perguntaram porque não vendeu o seu vinho, respondeu: "Um homem pode viver sem arte mas não sem cultura!"

terça-feira, março 28, 2006

perfect day

It's a perfect day for letting go...

quarta-feira, março 22, 2006

A Bela Acordada


Era uma vez uma mulher que tão depressa era feia era bonita, as pessoas diziam-lhe:
- Eu amo-te.
E iam com ela para a cama e para a mesa.
Quando era feia, as mesmas pessoas diziam-lhe:
- Não gosto de ti.
E atiravam-lhe com caroços de azeitona à cabeça.
A mulher pediu a Deus:
- Faz-me bonita ou feia de uma vez por todas e para
sempre.
Então Deus fê-la feia.
A mulher chorou muito porque estava sempre a apanhar
com caroços de azeitona e a ouvir coisas feias. Só os animais
gostavam sempre dela, tanto quando era bonita como quando
era feia como agora que era sempre feia. Mas o amor dos animais
não lhe chegava. Por isso deitou-se a um poço. No poço,
estava um peixe que comeu a mulher de um trago só, sem a
mastigar.
Logo a seguir, passou pelo poço o criado do rei, que
pescou o peixe.
Na cozinha do palácio, as criadas, a arranjarem o peixe,
descobriram a mulher dentro do peixe. Como o peixe comeu a
mulher mal a mulher se matou e o criado pescou o peixe mal o
peixe comeu a mulher e as criadas abriram o peixe mal o peixe
foi pescado pelo criado, a mulher não morreu e o peixe
morreu.
As criadas e o rei eram muito bonitos. E a mulher ali era
tão feia que não era feia. Por isso, quando as criadas foram
chamar o rei e o rei entrou na cozinha e viu a mulher, o rei
apaixonou-se pela mulher.
- Será uma sereia ? - perguntaram em coro as criadas ao
rei.
- Não, não é uma sereia porque tem duas pernas, muito
tortas, uma mais curta do que a outra - respondeu o rei às
criadas.
E o rei convidou a mulher para jantar.
Ao jantar, o rei e a mulher comeram o peixe. O rei disse à
mulher quando as criadas se foram embora:
- Eu amo-te.
Quando o rei disse isto, sorriu à mulher e atirou-lhe com
uma azeitona inteira à cabeça. A mulher apanhou a azeitona e
comeu-a. Mas, antes de comer a azeitona, a mulher disse ao rei:
- Eu amo-te.
Depois comeu a azeitona. E casaram-se logo a seguir no
tapete de Arraiolos da casa de jantar.


In Adília Lopes - OBRA - A Bela Acordada, pag 300, Ed. Mariposa Azul, Lisboa 2001

sábado, março 18, 2006

portugal...

Americans said: "We have George Bush, Stevie Wonder, Bob Hope and Johnny Cash."
Portuguese said: "We have José Sócrates, no wonder, no hope, and no cash."

quinta-feira, março 09, 2006


Para o Tiago valeu a pena sair do Chelsea para continuar em frente na liga dos campeões!!!

sábado, março 04, 2006

Woody Allen. Bauhaus. Pop Dell’Arte.


Meu caro amigo Woody Allen, adorei voltar a ver-te! Desta vez por terras minhas. Quando nos conhecemos, depois de mais um concerto teu e da tua New Orleans Jazz Band, nada fazia prever este encontro à beira Tejo. No acolhedor The Carlyle, na Madison Avenue, pousas o clarinete e decides vaguear por entre as mesas. Já imaginaste se não te convido para te sentares e beberes um gin tonic comigo? Nada teria sido igual, se não nos tivéssemos cruzado! Pena foi não ter conhecido a tua filha e mulher Soon-Yi. Coincidência ou não, também não esteve em Lisboa desta vez, aquando da tua actuação no CCB. Obrigado pela visita e pela companhia noite adentro, pelas ruas e bares do Bairro Alto. Volta sempre!


Peter, Peter! Meu amigo! Quem te viu e quem te vê! Bem vindos uma vez mais ao Porto, ainda que desta vez seja só pelo dinheiro! O facto é que os Bauhaus não estão mal de todo. Estão apenas... velhos! Velhos e sem ideias! Sem nada acrescentado. E que merda é essa de atirar pétalas de rosas vermelhas para o público? Sinceramente! Safou-se o tema "Transmission" dos Joy Division que foi uma boa surpresa. Para além dos hits de sempre e as versões dos Dead Can Dance "Severance" e do David Bowie "Ziggy Stardust". Embora anunciadamente o último espectáculo dos Bauhaus, eu não acredito. Voltem sempre!



Amigo João Peste! Tás como novo! Foi muito bom assistir ao espectáculo na Galeria Zé dos Bois, Bairro Alto! Ao fim de 20 anos os Pop dell’Arte estão perfeitamente contemporâneos, não fosse a preguiça e o desleixo (não necessariamente culpa vossa! Se calhar até mais por culpa do Rui Veloso. Mas isso é outra estória, certo?). Esse estilinho pós-punk multilingue fica-vos bem! Senti-me bem, afinal era o meu aniversário. Apesar do aquário estar a abarrotar de trintões e outros nem tanto (e outros mais que isso)! Foi com distância e frieza que lá reproduziram os temas saudosos, a saber, entre outros, “Querelle”, “Rio Line”, “My Funny Ana Lana”, “Illogik Plastik”, “Poppa Mundi”, e também com um ar um bocado feio! Mas, como disse, foi excelente! Ou então como disse o Rodrigo Nogueira: “Não é todos os dias que se vê uma das melhores bandas portuguesas de sempre, e se desfruta da sua música sem entrar em revivalismos parolos, já que os Pop Dell’Arte, mesmo 20 anos depois, continuam a evoluir, sempre com a máquina bem oleada e agradável de se ver.” Avanti Marinaio! Voltem sempre! Ámen!